Deixou o frio instalar-se nas veias azuis que espreitavam o braço. Caminhou flutuando entre as pedras e o alcatrão riscado de tinta outrora branca. Nem por uma vez evitou os automóveis ressonantes ou o boneco encarnado que aconselha prudência e ordena paragem. Nem por uma única vez se preocupou em atravessar o abismo da Grande Alface com cautela.
O fumo esvoaça com ela, inunda-lhe os cabelos e turva-lhe os olhos, pode ser que ninguém repare nas tranças de água salgada que lhe rasgam o tempo da cara. O sol impõe-se no horizonte, e agora já só busca o esquecimento. Semáforo verde, continua a travessia. Podia estar vermelho...
Uma luz no escuro
Brilha a direito, ofusca as demais
0 opiniões sobre o crime “Imposição”
Enviar um comentário