Trocam segredos escondidos pela claridade do sol que quase os cega. Simplicidades que apenas ganham brilho partilhadas, escondidas, adivinhadas, metamorfoseadas em olhos risonhos.
E o toque, ansioso, trémulo, pálido, fogoso, misto confuso de sede e fome, e querer e medo, e tudo o que as palavras nunca dirão. E a pele, nervosa, quer ser natural, mas trai-se, como os olhos se traem, sendo verdadeiros, querendo. Simplesmente querendo voar.
Ela riu-se. Ele sorriu. E tudo o resto apenas disseram no olhar. Um toque bastou, a porta escancarou-se e as aves finalmente soltaram-se. Ecos de risos, murmurados, sussurrados, envolventes. Ele riu-se, agora sem medo, e ela leu-lhe o peito aberto, esperando.
Que enganem o tempo, que saibam as cores das nuvens que decidem o tempo, que passem as portas verdes, que se percam quando se encontrarem, que brilhem e alumiem o limbo da incerteza, escreviam os anciãos, com uma pena quase gasta, quase reluzente.
Dois objectos.
Para que debaixo do chão
Onde já não tens ar
As fogueiras continuem a arder
Ao luar
E as caras de frio
Se transformem em pedra
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