Deixou deslizar os cabelos por entre os dedos. Olhou-a nos olhos e disse, simplesmente, tenho medo.
Medo. Terror, suspeição, pânico, metamorfose de borboletas no estômago, a cada beijo e a cada abraço, a cada toque, a cada adeus.
E em cada passo, um braço que o puxava para trás, que o arrancava do abraço mais longo, que o arremessava contra uma parede invisível. Daqui não passarás, mais que isto não serás capaz de dar. E sempre os mesmos acordes roucos a repetirem-se e a ecoarem num misto de harmonia e caos.
Era de noite que cada minuto se demorava no relógio, se aninhava por entre os ponteiros e se fazia maior que cada dia passado. Era de noite que as sombras se avolumavam e se agigantavam, erguendo-se nas paredes nuas e frias, cal despejada e não acariciada. Quarto não vivo, quarto dormitório. Quarto cama, quarto sono.
E foi de noite que o adeus se prolongou para além do suportável. Porque as vozes, essas, gritaram mais alto que o abraço dela, e que a simples voz dela, que apenas lhe poderia ter repetido, desde então até hoje, o mesmo som, amo-te.
A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas
Nos carros
Nas pontes
Nas ruas
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura
Ora amarga
Ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver
A nossa cura
este texto está brutal!!!
talvez pk me vejo nele um pouco, quando reconhecemos as palavras cmo nossas, as palavras soam tao bem.. têm algum significado!
:D
bacci***