Por vezes gostava que os meus olhos fossem capazes de fotografar os instantâneos em que me recordo de ti. Tantos que me parece impossível contá-los e guardá-los para tos oferecer mais tarde. Estás nos detalhes, sabes? No que nem sempre se torna visível, quanto mais evidente. Vejo-te porque os meus olhos te buscam e te encontram nos pequenos e deslumbrantes momentos que quase nos habituámos a ignorar.
E quando te olho, vejo-te. Desenho-te quase de cor, como um instantâneo que os meus olhos nem sequer tiraram mas que se cravou na minha memória. E reconheço no teu rosto nítido cada traço, cada linha, o sobrolho doce, a meiguice curva do olhar e o sorriso trémulo. E gostava que os meus olhos te tocassem como os meus lábios não podem e os meus dedos não ousam.
Há um calor estranhamente familiar dentro dos teus braços, um carinho acolhedor que me faz viajar a um tempo que ainda nem aconteceu.
Por vezes gostava que os meus olhos fossem capazes de fotografar os instantâneos em que me recordo de ti.
hoje toquei num avião
sem tirar os pés do chão
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