Apesar de ser puro, o ar da manhã tolda-lhe o raciocínio. É na noite que se perde e reencontra. As asas, esteáricas qual Ícaro, ganham textura na galopante noite citadina, fundem-se nas luzes trémulas. De noite, as asas ganham a luz que o dia ofusca.
Nem o cansaço nem a escuridão, nem o frio nem a dormência, nem a trégua nem o tempo, nem a força nem a estrada. Nada importa, só a luz que irradia dos olhos fechados, que são as asas a voar para muito longe. Aqui ao lado. Aqui sentada. Sorri. É ela sim, aquela que sorri. Aquele farrapo humano, que voa, enquanto o autocarro tenta mudar de faixa. É ela, aquele agregado de olheiras e cansaço, aquela maria, isabel, rita ou clementina, aquela sarda gigante, aquele par de asas. Neste momento, enquanto alguém escreve, as asas riem da candura dos hemisférios. Nada, nem ninguém, poderá algum dia cheirar o fim das velas a arder.
Ícaro, invejoso, sorri do alto das suas torres. E pasma.Agarras-te à hora
Em que o tempo não passou
Mergulhas nas cores
Que a loucura te emprestou
Quando te vês para lá do espelho
Encontras a solidao
Descobres o mundo
De quem tem pouco a perder
E sobes às estrelas
Que ontem não podias ver
Perdes o medo de estar só
No meio da multidão
oi!
gostava mt q participasses no Blogue das Artes, sociedade de bloggers.
Faz-te sócio. Le os estatutos!
Junta-te a nos, cresce connosco!
www.bloguedasartes.blogspot.com