Pressa


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Lembrar-me? (?)



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Sempre vestida de negro, e sempre à porta do café onde ninguém entra e se senta para conversar. O olhar doce e a voz meiga e terna condizem na perfeição com a figura frágil e carinhosa que todos vêem. Mas não se lembram dela. E não a recordarão quando a sua velhice avançar apenas aquele pouco mais que a separa da eternidade.
Conheci-a ainda criança, enquanto esperava na madrugada de inverno pela companhia de ir para a escola. Na altura era um bom dia apressado e negligente que lhe respondia enquanto ela velava pelo meu aconchego nos dias de chuva. Um sorriso meio forçado e impaciente, de quem desde cedo não suporta a espera, o mundo era tão imenso e esperava pelo meu abraço.
Depois, passados os anos de criancice, era um bom dia de hábito, de continuidade, quase de piedade.
Passei hoje por ela. As mesmas rugas, a mesma paciência. E hoje não tive pressa. Parei, olhei-a de frente. Pareceu-me gigante, e percebi que era ela, e não eu, quem abraçava o mundo da porta do café solitário. Era ela, enlutada desde que me recordo, que vivia, e não eu, perdida no meio da minha pressa enevoada, baça e ofuscada.
Compreendi que não tinha nada para lhe dizer. E sentei-me no café, a ouvi-la desenrolar contos e sorrisos.
Cá estarei no fim dessa espera



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