Apoia a cabeça na mão. Sente a pele quente. Morna, dura. Doente. Os olhos parecem remetidos à insensatez de nada querer ver. A garganta há muito se desfez num nó cego surdo mas sobretudo mudo. Lateja com aspereza, ecoa na testa que também há muito implora repouso. Suspira. O mal-estar trouxe a irritação e o rugido de quem apenas se habituara a estar só.
Pensou. Doía pensar. A clarividência da desculpa. Veio lenta mas certa e firme. Parecia que os adeus insistiam na janela do seu corpo, mas havia agora uma pequenina luz. Fraca. Como ela. Palidamente, a luz inundou o corpo partindo de dentro. Não era calor febril, era luz. Não doía ... tremia de receio. Outra vez.
No filme que persistia nos olhos cansados, sempre a mesma cena. Encenada à exaustão, repetida no cantinho do desejo que não amadurece nem cai nem sacia a fome como o faz a fruta ao sol quente de verão. Até haver a luz, luzinha, luzeiro, reluzente e demasiado forte. Apenas forte, tão forte, que a quis agarrar até as mãos suarem e ainda assim continuar a segurá-la.
Só o medo vem ... trouxe nuvens. Só a mão persiste ... tem medo. Só o coração a trai ... a mão persiste. Largo o medo, largo o sorrigo, largura ampla que apenas no nome que ecoa tem incerteza. Certo o toque. Que fica. Queima. Assusta.
Pousa o queixo na mão. Fecha a febre, abre os olhos. Quer dormir ...
E aparece assim
Acendeu-se a luz
Estão vivos outra vez
"Apoia a cabeça na mão. Sente a pele quente. Morna, dura. Doente." Estas 3 frases ficaram a ecoar na minha cabeça durante todo o texto. O texto ecoa agora naquela frase. Espetacular!
é dakelas tais coisas k nao da pa esplicar.. nem pa comentar!
esta mesmo espectacular! diferente...