Há luzes a pairar, minúsculas e quase leves. Ando na calçada choviscada a amar a chuva como só a ela consigo. E acendem as luzes, abraçadas às árvores, apenas envolventes de troncos cheios de fumo e de casca podre. Mas as luzes brilham por entre a cinza de chuva, quase que não sinto os pés escorregar. É a minha rua, sei-a de olhos fechados, números pares e ímpares. Tu e eu, ambos ímpares, em tudo. É a minha rua, mas parece-me vestida de pequenos bosques em cada casca, parece-me encontrar luz em cada recanto sujo. Reflectida nas pedras, nos carros, e quase canto, quase te canto.
Sabe a novo esta chuva. Dirão que a água lava os pecados, dirão que a água limpa a alma, digo que a água escorre para mim pelas lâmpadas acesas, desce por mim até morrer no chão. Sabe a inverno, sabe a pedras. E sabe a luz, que ilumina o teu rosto.
Pálidas e tremeluzentes, devem estar quase a apagar. Mas ficam cá. Dentro. À minha espera. Mágicas e doces. Tuas.
Chego à tua porta. Quase que te chamo. Afinal sento-me. A ver se vens com a luz das estrelas ...
Como a razão que nos leva
Para bem longe daqui
O vento traz a desordem
E o tempo sopra por ti
:| toda a gente andou a falarsobre a chuva ou é impressão minha?
digamos q a chuva traz tanta coisa... enfim... =\
beijinhos, ostra das estrelas
***