Há dores frouxas e desvanecidas que me irritam, me fazem engasgar de sorrisos e fúrias. Afinal, é o que sou, mesmo, entre lágrimas e sorrisos, um amontoado de dores de parto mal digeridas. Às vezes. Nas outras vezes sou a montanha de desprezo que insensivelmente ergue a mão e destrói os castelos solidamente construídos. A dois. Ou a três.
Vejo de mais e queixo-me da falta de visão dos outros. Por isso me fecho, me rodeio só de mim. Para quê dar um passo em qualquer outra direcção que não seja esta minha? Acendo outro perene cigarro, e o fumo esconde-me, mesmo de mim. Assim seja, ámen!
Estou fechada para obras de remodelação interior. Conto reabrir num dia de sol.
crescer é ter contacto com a morte
é ver no dia a dia a sua sorte
tomar asas
desaparecer com o vento
Em tempos escrevi:
"a vida pode ser vista como um cigarro, sabe bem, deixa sempre um sabor amargo e à sua frente só existe fumo."
Depois percebi que fumar sai caro e que o fumo atrofia-me as lentes de contacto.
Sai caro sim ... mas as minhas lentes de contacto ainda não se queixam...
Vícios estúpidos ...
Se não fossem estúpidos não eram vicíos, eram hábitos.
É possível ...
Podia agora dizer "há coisas piores", mas de coisas piores está o mundo cheio, e francamente não estou em altura de culpabilização, só em ausência de motivação suficientemente forte para largar o vício. Embora tenha aprendido que alguns vícios podem ser saudáveis. Mas isso ...
(roo-me um pouco de inveja por ver que foste bem sucedido ...)