Pudesse eu asfixiar-me num cofre escuro e derramar o meu corpo dentro desse nada que não quero ...
Pudesse eu rasgar a minha pele e devolver todo o brilho aos teus olhos, pintá-los de mar e um sorriso que nunca voltarei a ver ...
Pudesse eu quebrar-me em estilhaços de gestos que continuo a repetir numa dança mortífera para o espaço que ocupámos na pauta da melodia que escutámos num abraço que não precisou de ser dado para ser sentado ...
Pudesse eu resgatar a generosidade que escavei dentro das entranhas da terra enquanto te senti no meu ombro a alimentar o sol que me acorda ...
Pudesse eu morrer e restar apenas um corpo cadáver numa caixa esquecida ...
Serias feliz, assim?
Sei que não ...
No meu caixão não há ninguém
Lá fora posso encontrar
Meu sonho é não acordar no fim
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