Depois


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E depois?
Depois de uma amálgama de coisas, sim coisas, que nada são senão coisas, que sentem e fundem e roem e escorrem, quando é depois?
Depois, o depois é uma falácia jeitosa e perversa. Depois do fim, não há depois. Há o agora, e agora?
Deixou a dormência nocturna, que lhe fizera pesar o corpo que jazeu frio, despiu as lágrimas e escureceu. Era apenas mais alguém no meio dos sorrisos que não encontrou e não sentiu.



O mundo é já aqui


19 opiniões sobre o crime “Depois”

  1. Anonymous Anónimo 

    Embora não tenha nada a ver lembrei-me de um texto bastante conhecido que começava exactamente assim (ou pelo menos a minha memória assim o guarda) "Depois"... é um texto que diz sucintamente "deixamos a felicidade sempre para depois... depois de acabar os estudos, depois de casar, depois de ter filhos, depois de arranjar um emprego novo..."
    (se quiseres passo-te o link :) )

    Quando deviamos pensar exactamente no agora! Porque depois do fim não há depois... E quando é o fim? Ou será apenas um "depois" que transportamos para um "agora" mas que nos arrependemos e voltamos a colocá-lo como "depois" ??

  2. Anonymous Anónimo 

    Tens razão. Se bem que há coisas com o fim tão bem definido que preferimos diluir esse fim em pequenos fins até que esse fim se transforma no agora, no depois de há uns tempos atrás. Ou qualquer coisa do género, qualquer coisa que faça um pequeno sentido porque os fins roubam-nos sentidos desenhados a lápis de cor, que afinal não são que derivados de manchas de grafite.
    Há beleza em tudo, é só procurar, está a ser esse o meu exercício.

    Sim, o link, por favor ;)

  3. Anonymous Anónimo 

    Haverá algum sentido num fim? Talvez se esse fim vier de um livro, ou de um filme... Mas há quanto tempo descobrimos que a vida não foi escrita pela "mão Divina" e que por isso não há um final para cada uma das suas histórias?!
    Quando falas da beleza em tudo, falas do "pensamento positivo" e de descobrir sempre um lado positivo nos "filmes" da vida ou não cheguei lá?

    O link:
    http://despreocupadamente.blogspot.com/2006/01/depois.html

  4. Anonymous Anónimo 

    PS. Quando falo de não haver um fim nas histórias da vida, refiro-me apenas a um final como os dos livros, seja feliz ou não, talvez na vida saibamos que os fins se diluem de tal forma que não os encontramos muitas vezes...

    (desculpa o post scriptum mas pareceu-me que o comentário estava incompleto...)

  5. Anonymous Anónimo 

    Não há um verdadeiro fim se ao fim equipararmos a não existência ou a negação do passado. Mas há episódios que findam, há momentos que se perdem para não mais terem qualquer papel na vida que não o de aprendizagem constante. E por necessidade ou conveniência, muitas vezes encaramos esses fins como o fechar dum livro onde nunca mais escreveremos.
    Nunca há um fim, somos nós o fim (e agora lembro-me novamente do Manel Cruz, pronto, o meu companheiro das horas estranhas).
    Creio não na mão Divina distante, mas nas minhas mãos como prolongamentos e instrumentos dessa divindade que habita em nós.
    O lado positivo? Não necessariamente ... Existem agora umas tendências estranhas na Psicologia (a chamada psicologia positiva) que me confundem por serem precisamente a negação quase in extremis do sofrimento, que tem um lado adaptativo.
    Ciências à parte (ok, a minha profissão muitas vezes fala também por mim), a beleza em tudo tem a ver com o facto de ao sofrermos somos transportados para um mundo onde a exaustão nos deixa alertas. O sobreviver é belo, o amar é belo, ainda que nos faça sofrer, e isso não é positivo. Beleza e positivo nem sempre estão associados ;)

  6. Anonymous Anónimo 

    Sim, há episódios que findam. Lógico. Mas se com eles tivemos uma aprendizagem então nunca se acabarão pois relembraremos sempre o porquê de tal aprendizagem quando formos colocados "à prova", e (in)felizmente nunca sabemos se abriremos novamente o livro... Há uns tempos houve um alguem que me disse "o Mundo é redondo" :)

    Relembras o Manuel Cruz ou a sua obra? Não esquecer o artista enquanto artista e o homem enquanto homem (uma velha conversa, na altura sobre o Palma)

    Não somos nós todos Deuses?

    O que seria da Felicidade senão existisse sofrimento? Onde não existissem momentos em que sobrevivemos em vez de vivermos ? A Felicidade é sem dúvida importante porque existe o seu oposto, como Deus existe porque também o diabo existe... Os opostos completam-se... (ou a teoria da OutraParte)

    Conta-me lá qual é a tua profissão que eu não consegui descortinar :)

  7. Anonymous Anónimo 

    Redondo, a vida pode ser cíclica, mas acredito que esses ciclos são por nós criados, ainda que de tal não tenhamos intenção... o fim não depende sempre de nós, e haverão aprendizagens derivadas do fim que o ultrapassarão em essência :)

    Manel Cruz ... a obra é indiscutível, e fico muito bem disposta (eufemismo) de saber que sairão novidades suas em breve :D:D:D:D
    O Manel enquanto homem? Sei lá, nunca tive oportunidade de o conhecer :) Mas acredito nas pessoas, e na sensibilidade com que se fundem nas palavras. O Palma, o Palma é uma espécie de vampiro, já sabemos :)

    Deuses, nós? Somos agentes de nós, e isso dá-nos um poder e um livre arbítrio impressionante ... aí sim, somos Deuses... quanto aos opostos, acho que será uma questão de valorizarmos o positivo quando o comparamos com o negativo ... não acredito em dicotomias


    Eu? (com um grande sorriso) Sou psicóloga.

  8. Anonymous Anónimo 

    Redondo no simples contexto que há um dia em que tudo se volta a cruzar, embora teime em não acreditar sei (e a vida tem-me ensinado isso mesmo) que assim acontece. Ultrapassarão? Ou apenas um falso engano que nos deixa mais "fortes" (derivado da frase "o que não me mata torna-me mais forte") e com o qual enganamos ou enganamo-nos? Penso que ambos sabemos que não são os fins que recordaremos, mas os momentos anteriores... do fim ficarão apenas memórias selectivas...

    Sim, ouvi dizer que ía lançar um trabalho a solo... Eu cinjo-me ao artista, deixando o "humano", já te tinha dito... As palavras têm um poder imenso, as escritas mais ainda... Talvez por isso evito saber do homem por trás do artista... bastam-me as palavras...

    Deuses pois sim. Livre arbítrio, capazes de qualquer coisa a que nos dispunhamos a tentar, Deuses pois sim...

    O que seria de tudo o que achamos positivo (ou belo :) ) se não existisse o negativo? Simples banalidades...

    Psicóloga, nunca imaginaria! :P

  9. Anonymous Anónimo 

    Redondo, cíclico, percebo-te.
    Acredito que sim, que os fins são ultrapassados, não pela máxima de ficarmos mais fortes, mas de ficarmos diferentes :) A maneira como lidamos com essa diferença é que faz sentido (ou n).
    Eu recordo o fim. O que o antecedeu faz parte de mim, mas do fim seleccionamos o que nos toca mais, concordo. Este tocar é q pode tb definir as memórias do q esteve antes...
    Fim, antes do fim, depois do fim, o que permanece, ainda q alterado, somos nós...

    Ainda sobre o Manel, compreendes q a minha busca pelo "humano" é quase inata, transborda de mim, mas obviamente n quero saber mais dele do q sei, quero é q ele produza muita muita coisa (n unicamente a solo). Não acredito em ídolos, e n o idolatro, há de ter os seus defeitos. Mas tem uma qualidade q poucos têm ... e logo nas palavras, claramente rendo-me às suas palavras.

    Deuses ... trocar as voltas aos deuses ... e os deuses são ambivalentes e antagónicos tantas vezes ... esta conversa daria pano para mangas *-)

    Nunca imaginarias??? Porquê?
    Quero saber :D

  10. Anonymous Anónimo 

    Nunca recordaremos o fim como ele realmente foi, porque quando nos apercebemos de um determinado fim há sempre uma ... (posso chamar-lhe esperança) e com isso adiamos o "pré-determinado" fim e só quando nos é impossivel continuar essa ... (ler parentesis acima) é que associamos o fim ao instante em que ele realmente aconteceu. Somos sempre nós, antes do fim, depois do fim, mas a tempestade que se dá no momento do fim transforma-nos para todo o sempre... E dessa tempestade talvez já não sejamos nós... Ou por outras palavras estou-me a contradizer mas tenho noção disso, porque penso que percebes :)

    Claro que tem defeitos, como humano. E é essa parte do Manuel enquanto Manuel que deixo para ele viver, porque penso que se fosse artista era assim que gostaria que me tratassem... Uma especie de dualidade (falta o acento em espécie mas não me apetece voltar atrás para o colocar) que me deixa liberto para apreciar o seu trabalho.

    Trocar as voltas aos deuses... ou como li algures "não faço planos para a minha vida para não atrapalhar os planos que a vida tem para mim"... se nos colocamos como Deuses então podemos tudo e penso ser esse o propósito da vida... antes que tentar que viver a pensar que poderia ter tentado...

    Nunca imaginaria... talvez nunca te tivesse imaginado em nenhuma profissão especifica e uma qualquer me surpreendesse... mas certamente que pela forma como abraças as palavras (colocar aspas no abraças) diria que estavas ligada ao mundo das palavras escritas... mas as faladas (outras aspas sff) têm o seu encanto... e tantas que se adivinham sem serem ditas...

  11. Anonymous Anónimo 

    Percebo, sim. Da tempestade restamos nós sem sermos os mesmos. A esperança (interjeição com um suspiro) ... de quê e em quem? Lá está, só nós permanecemos, mas não imutáveis (sê tu mesmo, mas não sejas sempre o mesmo). Ser ou n ser? Quando deixamos de ser nós, se sabemos que seremos sempre nós?

    O propósito da vida? Tenho tantas ideias sobre isso ... às vezes é bom tentar, outras será preferível não o fazer, não há uma fórmula de alquimia que se possa seguir sempre, mas há indicações, setas que nos vão orientando, ainda que nem sempre as saibamos decifrar ...

    Palavras ditas, faladas, caladas ... estou ligada a elas e elas a mim. Como diria alguém (riso), "nunca publiquei um livro"... não seremos também nós artistas, não reconhecidos publicamente, mas meramente dedicados e apaixonados pelo que nos cativa? De tal forma que não sou as palavras nos soltam e nos permitem respirar, como nos partilham de formas que nunca pensaríamos?

    * Saliento q o delírio metafísico se deve ao facto de estar a tentar estudar e não ter qualquer indício de motivação ...

  12. Anonymous Anónimo 

    E estranhamente esperamos sempre pela tempestade mas nunca estamos preparados para ela, e ao sairmos do centro desta levamos bastante tempo a conseguir reunir todos os estilhaços do que resta de nós, fazendo finalmente um todo diferente mas feito da mesma massa. (ou sucintamente nós seremos sempre nós porém diferentes de nós) Mas evitar a tempestade? Isso seria admitir que preferia sobreviver a viver... (prefiro juntar os dois com o "e")

    Conseguiremos algum dia dizer qual é o propósito da vida sem nos esquecermos de algo que no instante seguinte nos parece indispensável?!

    As palavras... Sempre as palavras. Somos artistas sim, da nossa vida, essa colorimo-la com as nossas mãos e com as cores que queremos (ou podemos...), somos artistas em tantas artes... vitimas de uma dedicação claro, e heróis, e humanos... Talvez aí perceba a linha que junta o humano ao artista... Mas essa linha existe... Por vezes (e como todas as linhas invisivéis) é ultrapassada sem nos apercebermos e acabamos por fundir as duas pessoas numa só... Ah, as palavras... Sempre as palavras.

    A tentar estudar e eu aqui com as minhas teorias (ainda não comecei com a teoria sobre as teorias) e partilhas a distrair-te e a baixar ainda mais os indices de motivação (nem que seja pelas horas que avançam...)

  13. Anonymous Anónimo 

    Estava ontem a falar com um amigo que me dizia que nem sempre saímos melhores pessoas da tempestade. A nossa casca endurece, e é ela que nos protege, e vamos eventualmente dando menos de nós, confiar vai sendo a medo, pouco, muito pouco, até sentirmos o chão suficientemente firme. Isso seria sobreviver. Ou subviver, de facto, para ser meticulosa (que não sou).
    Viver é aceitar a transformação e a mudança. Mas abrir a mão magoada é sempre dificil...

    O propósito da vida... viver, precisamente, passo o pleonasmo, mas é mesmo isso. É aceitar, contemplar, agir, ser, mas conciliar isso com o aqui e agora que nos afasta muitas vezes do nosso registo pessoal, nos limita ao quase mecânico rotineiro. Essa será sempre uma pergunta sem resposta certa nem errada, e é isso q a torna fascinante.

    As palavras ... as imagens que vêm a elas agrafadas e que se gravam em nós. A urgência de escrever, de ler, de contar, de saber. Sabes, gosto das minhas palavras, ainda que tenham ganho vida própria para além da que eu lhes tinha dito para viverem. E gosto das palavras dos outros, ainda mais, porque juntar letras e palavras de forma a tocar o coração dos homens é servirmo-nos do que de mais humano temos - as palavras (n, a linguagem n é nosso património exclusivo, mas as palavras são).

    Ah, n te preocupes, tenho de encontrar um artigo de estatística (adoro palavras, n percebo assim tanto de números, mas enfim). Amanhã devo ir à faculdade tratar disso. Além do mais, sou noctívaga por natureza ... para mim ainda é cedo :S
    Continuo curiosa relativamente à teoria sobre as teorias :D :D :D

  14. Anonymous Anónimo 

    Diferente nem sempre é para melhor... Mas aí entramos num campo algo dúbio, o que é melhor, ou o que nos tornará pessoas melhores? Seremos diferentes sim, mais frias talvez. Endurecemos e criamos uma máscara mais ornamentada para fugirmos (mesmo inconscientemente) de nós ou para que o mundo nos veja com o "aspecto" que gostam de nos ver... Por isso junto o viver ao sobreviver com o "e", precisamos de um pouco dos dois. Completam-se. Como as palavras e a pontuação. Embora as palavras (o viver) possam existir sem pontuação (o sobreviver) mas o contrário seja raro.

    E quando nos afastamos demasiado do nosso registo pessoal para tentar ser um outro alguem que afinal não o era? Voltaremos alguma vez ao registo pessoal de sermos nós ou acabamos nesse mecâncio rotineiro e na habituação que nos faz parecer (e é mesmo parecer) que somos nós mas diferentes?

    É exactamente no instante em que percebemos que as nossas palavras tocam no próximo que nos tornamos humanos artistas. Aí, e durante o instante em que as palavras são lidas a linha que falava há pouco deixa de existir para se tornar uma ponte... As tuas palavras ganharam vida própria? Aprendi há algum tempo que não vale a pena aprisionar as palavras quando elas chegam a esse ponto de ebulição... de uma forma ou outra acabam por explodir e acabamos por descobrir que já não as controlamos... As imagens que associamos (gostei do agrafado) às palavras também fazem parte delas... sem dúvida... É como uma música... o que seria de uma música se não houvesse silêncio entre os seus acordes? (mas o silêncio e as imagens agrafadas dariam também "pano para mangas"...)

    Fico mais descansado :) Também eu sou bastante noctívago, e felizmente o meu trabalho coaduna-se bem com tal facto... Há uma certa magia na noite...Mesmo que me esforce por calar o silêncio da noite sempre com música... (aproveito apenas os silêncios entre os acordes...)

    A teoria sobre as teorias? Podia escrever uma longa teoria agora mesmo sobre essa "teoria sobre as teorias"... (gargalhada)

  15. Anonymous Anónimo 

    Palavras e pontuação? Sobreviver e viver? Bom paralelo. :)

    Essa questão da habituação é completamente pertinente. Vestimos uns quantos adjectivos e é quase como se eles nos definissem, quando somos tão diferentes em tantas situações, e o que fomos às vezes não é o que somos hoje. Por isso quando tentamos ser alguém que não somos, ainda que o desejássemos, há um vazio, uma falta de pontuação, uma qualquer distorção no momento errado. Somos tanta coisa ao mesmo tempo e não pensamos nisso tantas vezes como isso. Somos contraditórios por vezes, e fugimos disso como se fosse algo de mau, e não é! É sermos humanos e falíveis. No dia a dia perdemo-nos num fio condutor que já não sabemos quem pôs no nosso caminho, se fomos nós ou alguém que julgámos ser (e teremos sido?) ...

    As palavras (sorriso). As minhas palavras (meio sorriso). Sabes quando estás tão dormente que não controlas as palavras? E preferes não escrever? É como eu tenho estado. Sei que estão cá, debaixo dos dedos, à espera de sair, ou aqui, noutro lado, ou num papel qualquer... Mas tenho preferido tentar domá-las, às vezes mostram-me coisas de mim que pensava ter posto de lado num baú (os tais ciclos redondos). Quero voltar a escrever, agora já consigo lidar com elas e elas comigo, tivémos um diálogo e um pacto de não agressão. Devo começar pelo teu desafio, porque sempre tem uma grande parte de ajuda exterior.

    Música :D é impossível viver sem música. Sem ruído também. E sem silêncio, que ganha brilho quando foge entre acordes e vozes. Então à noite ... à noite parece-me sempre q estou mais desperta, ou então mais a sonhar acordada. É perfeitamente possível (sorriso). É o silêncio e o sono dos outros, saber que vivo enquanto os outros não vêem o que vejo nestas horas... n sei porquê ...
    Ora então e tu? Que trabalho te permite tal feito? Eu em vésperas de consultas é impossível pensar em deitar-me (muito) tarde ...

    Essa teoria sobre as teorias ... ainda promete muito ... posso ao menos saber sobre o que é??? :D

  16. Anonymous Anónimo 

    Sim, é certo... Tentamos habilmente contronarmo-nos para sermos o que pensaram para nós (ou que entendemos que pensaram) e acabamos nesse marasmo que é não ser... Raras são as vezes em que nos apercebemos disso sem já uma grande parte de nós (falando como se fossemos estilhaços nesse preciso instante) se ter perdido... A essencia vem sempre à tona, pelo menos costumo acreditar nisso, e isso basta-me para que continue a acreditar na humanidade...
    Era tudo tão mais fácil se nos pudessemos reencontrar todos os dias e assumir isso mesmo... que num determinado momento nos perdemos mas que nos apercebemos disso e que podemos seguir o caminho diferentes e conscientes...

    As palavras que não saem... pedaços de nós que tentamos guardar no vão desejo de os esquecer... Mas quando as aprisionamos esquecemos que não será para sempre... haverá um dia que um desejo mais forte nos vai fazer abrir a porta da cela... (e ainda bem porque gosto de te ler) E aí elas sairão... ordenadas e reveladoras... Acreditas em pactos de não-agressão com as palavras? Seria subjugar o seu poder... ou elevar o nosso até a um limite algo extremo...
    Nas palavras há um fio condutor também, porque também elas têm vida própria... e também aí não sabemos quem o colocou lá... (ou se foi intervenção divina)

    Conheci há uns tempos uma pessoa que me disse que só conseguia deixar de pensar enquanto estava em silêncio... achei fascinante... Eu gostaria... Tornaria as noites muito mais suaves... (In)Felizmente deixar de pensar tornou-se uma utopia que já deixei esquecida num qualquer baú... :)

    A noite tem exactamente esse encanto... o de podermos controlar o silêncio e o ruido (hoje a noite só tocou Abrunhosa até agora) o que me transmite uma certa paz, talvez um sonho desperto... Costumo dizer que é pela noite que conseguimos realmente pensar conscientemente e reflectidamente... Contando apenas connosco...

    O meu trabalho? (gargalhada) Não queres tentar descobrir? (e não, não sou guarda nocturno (outra gargalhada))

    É uma teoria simples, mas sobre as teorias... Tudo o que achamos que podemos teorizar enquanto não nos "dói" a nós... Todas as pessoas possuem teorias quanto a terceiros... esta (e que está em desenvolvimento) é apenas uma teoria em "quarta" pessoa... :) :)

  17. Anonymous Anónimo 

    Tenho a sensação que pormo-nos permanentemente em redefinição e reconstrução é potencialmente doloroso, daí nem sempre o fazermos tão frequentemente como "deveríamos" ... como se o não ser fosse, às vezes, também parte do nosso ser.

    Acredito em suspensão das palavras, sim, neste momento sim, ou talvez no momento imediatamente prévio a este. Não sei se será uma questão de poder sobre elas, ou se uma partilha de poder, também tive de fazer concessões. E é de tal forma asfixiante que estou ansiosa por escrever, mas não qualquer coisa só para martelar letras, e neste momento (ou no imediatamente anterior) apenas saíriam palavras desordenadas (não é a desordem que me faz confusão) e lesivas, para mim e para o fim que começou agora. Só por isso tenho parado um pouco, só por isso :)

    Deixar de pensar? É a maior acusação que me fazem, o pensar de mais, e é uma acusação justa. Mas pensar sem sentir ou ser não faz sentido. Pensar não tem valor qualitativo em termos de ser bom ou mau. Pensa-se e p(r)onto. Mas é uma sede que pode ser também perigosa, acho que compreendes, o saber e pensar torna-nos complexos e complicados, mesmo quando nos rendemos às unidades mais simples. E isso pode afastar-nos de muita coisa, de muita gente, e faz-nos ser (um pouco) mais exigentes relativamente ao que a vida nos dá e ao que damos à vida. Deixar de pensar? Não, nem por sombras ... existo, logo penso.

    Hoje a noite tem sido particularmente estranha, a cheirar a encontros e desencontros. Em termos de banda sonora, é a que aparece aí no last.fm, é muito ecléctica, e faz-me pensar sobretudo quando o Manel (portanto, Pluto ou Supernada, hoje não consigo ouvir Ornatos Violeta) entra no iTunes. Curioso, as memórias afectivas d(e algum)as músicas que passam. É nesta altura que me sinto criança... (riso). Confesso que estou a ficar mais cansada que pensadora (o alpha de Cronbach está a dar a volta à minha cabeça, até q eu perceba o que ele é de facto, desconfio q n será hoje).

    O teu trabalho? Não, não quero tentar descobrir... e se me engano? Redondamente? N sei, mas imagino-te mais ligado ao panorama das artes do que eu, ainda q n necessariamente às palavras (tb te consigo imaginar abraçado ao mundo e às suas cores e texturas, tipo fotógrafo, mas n sei, n me parece, n sei, n sei).

    Todas as pessoas têm teorias quanto a terceiros... porque n é quanto a segundos? A sério... às vezes paro nestes enigmas na língua portuguesa e começo a delirar. Eu então tenho teorias sobre tudo e todos, às vezes quase que tenho de me amordaçar mentalmente. Mas eu tenho desculpa, preciso de ter teorias, é um exercício profissional. :)
    Quarta pessoa? Hummm ....

    E agora rendo-me à evidência de amanhã ter MESMO de ir à faculdade (viagem de autocarro, hehe) encontrar o artigo que n sei qual é e ainda n escolhi... Isto de continuar a estudar às vezes tem coisas aborrecidas destas (gargalhada sonora, espero n ter acordado ninguém aqui).
    Vou dormir, mas obrigada, porque vou deitar-me com um sorriso que já n encontrava há uns tempos, e uma paz q n conseguia reconhecer em mim...

    Isto (o ir-me deitar) n implica q nao respondas! Quero saber a tua profissão e "coiso e tal". Foi bom apanhar-te por aqui :D

    *

  18. Anonymous Anónimo 

    O não ser por vezes deixa-nos respirar, talvez seja esse o fundamento sub-consciente que nos faz abdicar de nós sem que nos apercebamos disso... Por vezes deixamo de ser demasiado tempo e não sabemos depois como regressar... até que uma qualquer tempestade se abata sobre nós e nos obrigue novamente a uma redefinição...

    As palavras não se martelam... Acredito que mesmo que quisesses não conseguirias... E também agora há um fim (o fim do aprisionamento) que começou há já um bom bocado mas que só agora o assumes como tal... Era exactamente deste tipo de fim que eu falava há umas horas... O fim diluido... Para ti, conscientemente, apenas passou um instante desde o momento em que decretaste o fim do aprisionamento... Mas na verdade esse fim começou a acontecer (sempre gostei do Godinho a dizer "começou a acontecer") desde o momento em que quiseste suspender as palavras pois tinhas a noção (teorias) que te era imposivel.... O que também pode ser apenas um devaneio meu pelo adiantar da hora...

    Consegues imaginar deixar de pensar apenas por um minuto? Não será uma golfada de ar puro? Sinceramente que gostaria de experimentar... absorver algo e conseguir não tomar nenhum partido, não associar, simplesmente não pensar.
    Concordo contigo que adoro pensar, faz parte de mim... Identifica-me. Para além de nos tornar mais complexos e mais exigentes (apenas um pouco??) também nos torna únicos.... Para além das palavras também o pensamento é algo que nos é exclusivo... Nem as máquinas conseguem... :)

    A música é sem dúvida um dádiva, deixa-nos mergulhar num universo paralelo que por ser paralelo também se assemelha ao nosso e nos completa. Quantas vezes não nos deixamos simplesmente levar pela memória que certos acordes nos transmitem e com isso conseguimos as imagens e por vezes até cheiros... Seriam os dias muito mais cinzentos sem os acordes de uma boa música... :)

    Pelo avançar das horas e se a motivação não é nenhuma a confusão acaba por ser mais que muita... Mais ainda com coeficientes de consistência do Cronbach!

    Estamos todos ligados às artes... Se gostamos do que fazemos acabamos por fazer com gosto e brio, o que se torna uma arte, porque ninguém melhor do que aquele que gosta do que faz consegue fazer melhor...
    Se te enganasses também não haveria aí nenhum problema... Mas por muito estranho que te pareça (gargalhada) o meu trabalho impede-me de pensar na vida, deixando o pensamento num outro ramo (daí consigo usufruir da dualidade horoscópica)...
    Sou informático :)

    Quanto a segundos não há teorias... porque nos estariam directamente implicitos (a lingua portuguesa tem destas coisas fantásticas)... Na quarta pessoa é fácil... Imagina uma pessoa que te está a explicar uma teoria dela sobre a tua vida, ou como deverias levar tal situação a bom porto, uma teoria a terceiros portanto... Agora imagina uma pessoa que transmite uma teoria sobre a teoria dessa pessoa... Teoria sobre teoria... Agora transforma essa primeira pessoa que te transmitiu a teoria em grupos de pessoas com teorias... Deixa a última pessoa (a da teoria sobre a teoria) no singular, e coloca-a a dissertar sobre as teorias de um grupo, que já por si têm teorias sobre teorias.... Aí está! (mais fácil que o alpha do outro tipo....)

    Boa viagem de autocarro :P aproveita e leva uma folha preparada para escreveres alguma coisa no caminho... :)

    *

    Obrigado eu :)

  19. Anonymous Anónimo 

    aaaaaaaaaaaahhhhhhhhh isto lido depois de dormir ganha um novo sentido :)
    é bom gostar novamente do sol (tens toda a razão, o fim começava a acontecer antes de eu o ter decretado, aí sei q o poder é delas, palavras, e n meu)

    informático :O (riso sorriso)

    estou a ver q o Cronbach n te é desconhecido :P estou mais motivada hj! n consigo escrever no autocarro, apenas mentalmente, mas adivinha-se uma tarde/noite proveitosa para a escrita, entre alphas, métodos, participantes e designs experimentais, certamente caberão silêncios e fumos

    teorias das teorias, portanto, meta-teorias ... gosto gosto gosto. cada vez mais curiosa, mas pacientemente aguardando :D

    vou (tentar) trabalhar :D

    *

    (n me agradeças, eu tb n te agradeço, agora faz-me sentido "agradecer" à noite que nos juntou à volta de um texto que cresceu em nós e por nós)

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